quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

MANIFESTO PI

Manifesto Pi
eu, eis-me aqui
de novo no beat
tired ‘n’ sick
de tititi
digo o que vi
se é que eu vi
talvez déjà vu
talvez confundi
nem sei o que houve
nem o que ouvi
depende do clima
que é criado
dado o fato
é inserido outro boato
nochromakey
se queres ouvir
depende de ti
se dó, ré, microfone aqui
quem vai impedir
o meu ataque?
o meu ataque!

Manifesto Pi, Manifesto Pi
manifestando piamente o que tu não quer ouvir

a mente não mente
não para si
então piamente não vou mentir
daqui não saí
sempre estive aqui
e sempre bati
sempre de frente
com a tal da falsidade
que invade
auxilia covarde
eu nunca traí
o lema que diz:
uma mentira
mil vezes dita
é uma mentira
mil vezes maior
mas se faz feliz
o que ludibria
me diga
e eu faço ainda melhor
me diga, me diga
e eu faço ainda pior

Manifesto Pi, Manifesto Pi
manifestando piamente o que tu não quer ouvir

insatisfeito
fiquei com o que
aconteceu, sim
porém deixei de
canto um tempinho
pra refletir
parei, concluí
melhor sozinho
do que seguir
pondo pingo nos is
onde não existe
foi o que fiz
fiquei tão triste
mas não agredi
cabeça em riste
bola pra frente
se lembre que
eu não desisti
amigo, aqui
funciona assim:
eu vou por ti
tu vens por mim
mas se preferir
cada um por si
nicetomeetyou
I am Vi P

Manifesto Pi, Manifesto Pi
manifestando piamente o que tu não quer ouvir

Esta é uma letra, e música, que eu tenho um apreço especial. Ela continua um ciclo que eu dei início no segundo disco (Pau-Brasil). É o seguinte, lá no primeiro disco (Devoração crítica do legado universal), no encarte, tem um texto meu intitulado U.N.I.D.A.D.E., que é o nome da minha banda, então no disco Pau-Brasil eu compus uma letra que foi musicada sob esse mesmo título, já lá no encarte do Pau-Brasil tem um texto meu intitulado Manifesto Pi (mesmo nome do meu blog, que eu alimento desde 2009), e aqui, n’A invenção é a mãe das necessidades, eu mantive esse ciclo de ter uma faixa no disco seguinte com o título do texto do encarte do disco anterior. Além disso, eu gosto da letra por ter uma métrica curta nos versos, o que traz muita dinâmica vocal no flow, e praticamente todas as rimas são processadas na sonoridade do ‘i’ (Pi, aqui, beat, sick, tititi etc.). O tema também é bem reflexivo, fala basicamente de mentiras que são alimentadas em nosso cotidiano frenético, reiteradas pelos meios virtuais através de fake news, e acaba acompanhando a sequência temática sugerida anteriormente pela faixa Na base. O ditado cunhado por Joseph Goebbels (“uma mentira contada mil vezes, torna-se uma verdade”), ministro da propaganda na era Hitler, é confrontado aqui: “uma mentira mil vezes dita é uma mentira mil vezes maior”.


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