terça-feira, 9 de junho de 2009

Manifesto Pi


O Manifesto Pi ingressou na rede mundana.
Manifesto 3,14. 3+1+4=8. 8=infinito.
Soube que o sub subiu de categoria e o under andou pro main da rua.
Eu estou aposentado nas letras. Afinal, a arte da palavra é meu aposento.
O primeiro a chegar ao Brasil foi Catê. Catê quis ação. Eu me intriguei de Catê, pois não me interessava sua ação. Bicho, preguiça era o que eu queria. Só o sol que fazia já provocava “suação”.
Suando frio no calor tropical por influenza.
Doenças de além-mar transformadas em epidemias culturais.
Influência carnívora de nossos primitivos ancestrais. Influência primitiva de nossos carnívoros ancestrais. Influência ancestral de nossos primitivos carnívoros. E vice-versa.
O Manifesto Pi é a favor da ironia. Quer morrer atropelado por uma ambulância. Quer ser o motorista de ônibus que tem que pegar o ônibus no ponto depois de bater o ponto. Quer ser o médico doente. Quer ser o padeiro que não tem o pão nosso de cada dia.
Espelho, espelho meu, existe alguém mais tu/ele/nós/vós/eles do que eu?
O tupi guarani tomou pitu com guaraná. Virou bicho. Lobisomem guará.
O índio usa cocar. O rei usa coroa. O padre, coroinha.
Este último indivíduo, en(di)vi(d)ado de deus, abençoa a monogamia, até que a morte separe, e excomunga a pedofilia, varrendo toda sujeira para debaixo da batina.
Inversão de valores. Qual o valor da inversão? A aversão é de grátis!
Façam suas apostas. O menor lance único não leva nada.
Pra tá ligeiro é necessário talento.

2 comentários:

  1. muito bom texto de estreia... tamu junto

    ResponderExcluir
  2. Pirralho, o primeiro manifesto que eu li na minha vida foi o Comunista do Karl Marx, daquele dia em diante assimilei a ideia de que todo manifesto só poderia ser elaborado se a totalidade do mundo fosse a referência. Ao ler o seu Manifesto Pi produzi na minha consciência uma crise saudável, a ideia de que é possível se manifestar intensamente pra individualidade, sem perder as mesmas possibilidades subversivas que me fizeram apaixonar por aquele manifesto vermelho do Marx aos 14 anos. Amigo, você não guardou a erudição do Marx, em alguns momentos se aproximou da ironia dele e dialogou com o mundo que ele infelizmente não pode ver.
    Grande abraço, com um amálgama de admiração e carinho.
    Gustavo Pessoa.

    ResponderExcluir