quinta-feira, 25 de abril de 2013

ATIVIDADE 1

Ao longo de todo seu percurso escolar até chegar neste curso de graduação (mesmo que tenha havido interrupções nesse processo), quais são as suas lembranças a respeito do seu aprendizado em leitura e escrita materna? Tente equilibrar seu relato, destacando tanto os aspectos negativos quanto os positivos.

Meu percurso escolar foi ininterrupto e não há aspectos positivos e negativos para equilibrar, só tenho aspectos positivos a pontuar. Desde muito cedo, naturalmente, adquiri um fascínio pela leitura e até desenvolvi uma espécie de compulsão, hoje bem mais controlada, depois de ler uma palavra eu sempre a lia também de trás para frente. De vez em quando ainda me pego fazendo isso, mas como disse, hoje bem menos. Fã de cinema e quadrinhos desde menino, fui tomado muito cedo pelo universo das letras. Dos 10 aos 16 anos fiz regularmente um curso de inglês extraescolar, o que sempre me motivou a só assistir a filmes em sua língua original, para escutar o inglês e através da legenda, em português, notar se minha compreensão da língua anglo-saxã estava boa, uma espécie de treinamento auditivo para o idioma que estava aprendendo e ao mesmo tempo um exercício de leitura em língua materna. Tamanha era a sede cinematográfica que assinei durante um bom tempo uma revista chamada SET, pedi essa assinatura de presente de aniversário a meu pai, dessa forma, além de assistir aos filmes, eu lia muito sobre os filmes - a leitura sobre os filmes era  em português, a publicação da revista a qual assinei era brasileira. Os quadrinhos também sempre foram um tipo de leitura que eu alimentei, até hoje me agrada, durante um bom tempo de minha infância e adolescência eu mesmo produzia umas histórias em quadrinhos, criei até um personagem que, segundo meu pai, poderia ter sido revolucionário se levado adiante, o vampiro aidético. Também acho revolucionária a ideia, um ser hematófago está sujeito a enfermidades transmitidas pelo sangue, faz sentido, mas desisti de insistir no argumento sabendo que surgiriam contra-argumentos sobre a imortalidade de um vampiro, o que o torna imune a qualquer doença, até mesmo ao HIV. Ainda em relação a meu pai, nessa mesma época, aprendi a ouvir Chico Buarque com ele, que é poesia musicada, literatura cantada. Depois comecei a ter contato com a literatura em si, principalmente a pernambucana, pois o meu percurso escolar foi todo trilhado em Pernambuco, além de estudá-la na escola, fui cotidianamente convidado a ler os grandes nomes locais: Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna (pode-se dizer pernambucano), Paulo Freire, entre outros. Ainda no ensino médio, esbarrei no RAP, tenho a impressão de que Gabriel o Pensador foi o primeiro que eu ouvi, então com a carga de leitura que eu já vinha acumulando e depois de ter sido magneticamente seduzido por aquela nova forma de musicar poesia, decidi descarregar minha escrita. Eis-me aqui.

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