
Particularmente também não me agrada o pronome reflexivo junto ao verbo suicidar. “Ele se suicidou!” Uma pessoa só pode mesmo suicidar a si (mesma (?)), nunca suicidar outra, concorda? Bom, certamente Vladimir Herzog discordaria de mim, mas essa seria uma discussão política e não mais linguística. Prefiro dizer que uma pessoa cometeu suicídio, ou se matou, assim caracterizando a prática da ação de tirar a própria vida.
Outra curiosidade, ainda referente ao suicídio, é sobre quem consideramos suicida. Imagine a seguinte situação: alguém feliz, sem problemas familiares, sem problemas financeiros, enfim, bem resolvido com a vida, que por uma situação trágica (imagine uma bem pesada) é motivado por um impulso desesperado e tira sua própria vida. Você consideraria esta pessoa um suicida em potencial? Ele cometeu suicídio, é certo, mas seria ele um suicida, na categoria daquele que por mais de uma vez já tentou se matar e sempre está tentando, que não é bem resolvido consigo (próprio (?)), tendo motivos ou não? E agora Hamlet?

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