quarta-feira, 4 de novembro de 2009

LIGAÇÕES PERIGOSAS


Quem já imaginou a vida sem celular ou internet? Quem tem mais de 20 anos não precisa imaginar, porque passou por essa vida. Não sou contra tecnologia, não sou ranzinza, posso usá-la a meu favor. Uso. Mas é que sou um apreciador da tecnologia rudimentar. Da sofisticada simplicidade.
Lembro-me das cartas, das missivas, do toque no papel, do cheiro no papel, do desenho das letras como um espelho do remetente. E a satisfação do destinatário com a percepção da realidade. Há também toda a espera, expectativa da chegada...
Agora, não há mais escapatória. Não há mais espera. Há cobrança, incômodo, aborrecimento, num tempo que já não era sem tempo. Tudo agora, ao mesmo tempo.
Você num lugar, mas já te viram em outro. Viu que não viu, será que viu? Associou, mas não saciou a curiosidade. Anexou e enviou. Adicionou e ingressou num chat chato. Virtual realidade distorcida.
Você recebeu uma mensagem. Kd vc? Ksa. Qdo? Hj. Hahuha. Ligações perigosas. B Identifica Número de A.
- Que barulho é esse, hein?

3 comentários:

  1. Vai de crônica sempre que vc achou um espaço bom.

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  2. Ainda gosto de cartas. E sinto falta de escrevê-las.
    Lembro como me distraía com correspondências: na construção, nas correções severas de minha mãe, na escolha do papel, na escolha das palavras, do envelope e às vezes, até algumas fotos ou uma surpresa qualquer. Mas sinto falta principalmente, da ansiedade que sentia no aguardo por respostas...
    Vez ou outra rabisco uma para matar a falta que sinto. A última, enviei mês passado, para minha irmã de 10 anos; não demorou muito chegou resposta: mais um email para ler naquele dia! :s kkk
    Beijão.
    ps: ia dizer que está sumido, mas, pensando bem, deixa pra lá! rs ;)

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  3. na feira de ciências etamos falando também sobre isso, vai lá prestigiar! =p

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