
“Em Maceió, "passaporte" é sinônimo de cachorro-quente incrementado. Tudo graças ao salsicheiro gaúcho Milton Braun, que há 36 anos mudou-se para a cidade. Hoje, a lanchonete conta com cerca de vinte diferentes tipos que já nem dependem tanto assim da salsicha.”
(http://vejabrasil.abril.com.br/maceio/comidinhas/37022/passaporte-gaucho/)
Pois é, como diz no trecho da matéria acima, em Maceió não se pede cachorro-quente, mas passaporte – o que em si já é uma curiosidade linguística. O gaúcho citado inclusive, Milton Braun, é pai da Cris Braun, minha amiga e cantora de renome nacional. Há duas participações dela no nosso álbum Pau-Brasil, nas faixas 07 – Siga lá, cantando os refrões, e 11 – Abaporu self serve-se, fazendo um metal de boca. Bom, mas a curiosidade linguística principal que venho expor é a que ocorreu ontem comigo. Fui a uma lanchonete, que não era a do gaúcho Braun, mas que leva o nome de Passaporte do Tchê, e pedi dois passaportes. A especialidade de lá são os passaportes, mas eles fazem outros tipos de sanduíche também. Olhei no cardápio e pedi um passaporte de frango e um passaporte misto - que seria frango mais carne moída mistos no mesmo sanduba. Pedi: “Me dê um de frango e um misto, pra viagem.” Fiquei conversando com dois amigos, que estavam lá lanchando, enquanto ele aprontava meus passaportes. Quando ficaram prontos peguei os sandubas embalados pra viagem, nem olhei, paguei e fui embora. Ao chegar em casa me deparo com um passaporte de frango e um misto, não um passaporte misto, famoso em Maceió, mas um sanduíche misto, nacionalmente conhecido, pão + presunto + queijo. Não deu pra saciar a fome fisiológica, mas aguçou a curiosidade linguística. Na próxima, pedirei um misto sem elipse: “Me dá um PASSAPORTE misto!”