sábado, 10 de novembro de 2012

TEMPÓLVORA

Ficamos mais velhos e mais caseiros, essa é uma evolução natural, ordem natural do tempo. O tempo faz perceber que a casa é a maior riqueza que se tem, geralmente há essa percepção, geralmente, nem sempre. Em meio a chumbo e agressões, eu prefiro minha casa e o que de mais valia há nela e que estava na rua comigo e não se desgarrou mais de mim depois de estampidos e alaridos, envolveu-me numa comunhão genética de confiança, necessidade e dependência. Eu quero minha casa, eu quero minha vida. Se não consegues perceber, se queres ir de encontro ao tempo, ficar mais velha e descontar o tempo perdido, o tempo que te fiz perder, talvez seja isso - não sei, e parece não querer que eu saiba também, essa é a diferença entre nós -, vai e te perde, encontra-te, dissocia-te de mim, mas deixa minha casa. A casa é nossa, mas diante de tal incompreensão, cerrado semblante e "necessidade" de se satisfazer da rua, a casa é minha.

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