
Livro aberto, com capítulos bonitos e outros fatídicos, que espera além de entreter ser tratado com comprometimento. Não há um gênero específico para a literatura contida neste livro. Há passagens líricas, narrativas, poéticas, crônicas, clichês, específicas, felizes, melancólicas, enfim, não há regras literárias a serem seguidas. Não neste livro.
Há toda uma salada estilística nesta obra em aberto, mas ela prioriza em qualquer de suas passagens o diálogo. Através do diálogo torna-se comum, sem separação tipológica, por isso o convite aos leitores para tornarem-se co-autores. Somos todos autores-leitores ideais. Nesta obra não há personagens solitários, há momentos de solidão. O monólogo é bomba-relógio, em alguma passagem destrói-se, em algumas obras finaliza-as, do contrário não perdura o livro inteiro.
Sem comunicação, sem intertextualidade, os livros tornam-se apenas vizinhos na mesma estante. As obras precisam de interdisciplinaridade, precisam mostrar-se através da metalinguagem (metalinguagem diferente de monólogo, metalinguagem igual a apresentação) para poder serem avaliadas, discutidas, interagidas, criticadas e elogiadas. Precisam dividir o mesmo instante da estante que ocupam.
O título desta obra? Minha vida, um livro aberto...