tantos rumores?
ruminando o futuro, quem quer, vai ver
mensageiro do futuro, quem é você?
rumos
e rumores
destino
e controle
a
largada é da pole
os
primeiros são primores
navegam
caravelas
além
da Taprobana
empreitada
insana
faroleiro
na favela
que
hoje observa
binóculos,
lanterna
quem
o passou a perna
previu
a nova era
de onde vêm
tantos rumores?
ruminando o futuro, quem quer, vai ver
mensageiro do futuro, quem é você?
“quem
controla o passado,
controla
o futuro
quem
controla o presente,
controla
o passado”
é
questão de tempo
que
aconteça a previsão
não
importa quem previu
ilibado
ou charlatão
o
próximo capítulo
não
está escrito
mas
prever não é difícil
já
que o homem tem seu rito
de onde vêm
tantos rumores?
ruminando o futuro, quem quer, vai ver
mensageiro do futuro, quem é você?
a
história se repete
a
história se rumina
e a
quem compete
esse
termo, quem assina?
buraco
da memória
tortura
101
no
meio da escória
quem
é você, mais um?
salve-se
do dilúvio
seja
a nova safra
no
pen drive o conteúdo
ao
mar numa garrafa
os
dados ali contidos são
a
respeito de um entrave
pra
doença, a prevenção
digite
a key, a palavra chave
O meu parceiro de
composição, Pedro Ivo Euzébio (Tup), compôs o beat desta música e me enviou,
como de costume, perguntou se eu não tinha uma letra para tal base, eu achei
muito massa o instrumental, mas não tinha nenhum escrito que se encaixasse
prontamente nele, então pedi um mote a ele, que tema ele gostaria de ouvir
naquela base, e prontamente ele me respondeu “apocalipse”. Ok! Como eu já tinha
a ideia de trazer a esse novo álbum o tema da modernidade, o uso e a
interpretação fútil de suas tecnologias, veio bem a calhar. É o apocalipse da
era digital-virtual-tecnológica. Eu tinha uma imagem-conceito em minha cabeça
para este disco, um pen drive dentro de uma garrafa (em alusão a
pergaminhos/papiros que eram lançados com alguma mensagem pelos navegantes) com
uma mensagem do presente/futuro – de forma tecnológica, tendo o pen drive como
representação disso – para alguém ainda no passado, que até então não presenciara
a colonização. Um cruzamento de dois tempos: a era pré-colonial e a era
contemporânea – uma espécie de “de volta para o futuro”. Para tanto, retomei
conceitos distópicos previstos pela literatura há muito, como no livro 1984, de
George Orwell (que já havia sido referenciado no disco anterior), e também
fatos históricos como As Grandes Navegações e toda colonização, linkando, dessa
maneira, à colonização tecnológica que a humanidade vive hoje. Como a parceria
com Ney Matogrosso já havia sido firmada desde o álbum anterior, quando ele
gravou em seu disco, Atento aos sinais, a música Tupi fusão, e pela veia
vanguardista que Ney sempre apresentou, decidi escrever uma letra para ele
interpretar. Assim o fiz e, que privilégio, ele concordou em participar desta.
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