A
poesia vive em drama, crises de identidade
Tanto
elogia quanto difama, não sabe sua idade
Sua
história se confunde com a da humanidade
Por
isso ela é antítese, é discrição e vaidade
É
tragédia, é comédia, é mentira, é verdade
Não
é apenas texto, é corpo e oralidade
É
profana e sagrada, é ciência e religião
A
catarse, o disfarce, a blasfêmia na oração
Ei,
arquiteto, onde mora a poesia?
Didascália
de dia, de noite improvisa
A
vida é o palco, não é a coxia
Essa
dramaturgia não se canoniza
A
grande meta fora traçada não se sabe por quem
A
grande metáfora, alçada pela metalinguagem
Prosódia,
musicalidade, pictórica é também
Afinal,
o que é poesia? De todas as artes, o harém
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