Quem acompanha o rap nacional sabe que tá rolando uma chacoalhada no
gênero com as tais diss. Cá não estou me opondo nem apoiando. Acho uma
discussão importante a se travar. Há pontos positivos e negativos. As batalhas
são boas para elevar o nível, assim como acontecem nos repentes e cordéis que há
muito já as faziam, mas no rap nem sempre são amistosas como no
repente, que sempre são. Eu mesmo posso dizer que já fiz uma diss, foi no meu disco Pau-Brasil, em
2009, última faixa: U.N.I.D.A.D.E. “Disseram que o meu som não era rap, com
segregação o movimento não cresce”; naquela ocasião fui acusado (?) de não
contribuir para o rap, de ser playboy, de não falar a língua da periferia etc. Porra!
E é uma religião, é? Eu falo a ‘Língua geral’. Tudo bem pra você, bispo? Aproveitando
esse ensejo amistoso (rsrs), eu acredito que o papo se encerra aqui. Uma diss
para si mesmo. Tey! Confesso que nunca achei Rashid o mais foda das rimas, mas
agora, para mim – que sou este não contribuinte playboy não falante da língua
da periferia (entretanto falante da linguagem dela) –, ele se apresenta como um
muito foda da lírica. Assim como um parceiro meu me disse a respeito da minha
diss lá em 2009, digo hoje que Rashid deu um soco na cara com uma luva de plumas, ou seja,
com elegância. E a literatura, mesmo que agressiva, deve sempre estar
apercebida de elegância. O detalhe nas batalhas, este que é sempre o mais
importante, é usar a favor o que foi despejado contra. A maior parte dos versos
de Rashid nesta diss é de comentários postados nas redes sociais. Ah, a internet! Ah, o
repenet! Ops, o repente.
Ouçam o som e vejam o lyric video, tudo fará sentido:
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