retirem a
face morta viva de minha nuca
face demoníaca,
de vontade própria
olhos que
acompanham, lábios que murmuram
não dizem
nada, mas produzem sons perturbadores
ela sorri se
eu choro, como quem caçoa de meu desespero
de ter que
carregar uma penitência: a própria
que não me
deixa dormir, grunhe, rosna
retirem a
face morta viva de minha nuca
de intenções
malignas, zombarias em tom de desprezo
não há cura?
não há remoção?
que a
missiva seja cumprida
destruam-na,
cubram-me no deserto
para que eu
não ouça terríveis sussurros em meu leito
e que meu
leito não tenha pedra ou legenda
tiro no olho
veneno na
boca
na face, na
nuca
na face da
nuca
há quem estabeleça estável relação
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